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A mostrar mensagens de janeiro, 2021

Kandinsky: Na arte não há "deve ser", arte é liberdade

Wassily Kandinsky foi um dos primeiros a criar uma arte verdadeiramente abstrata em que cor e forma assumiam vida própria. Nascido em Moscovo, de família rica, a sua educação começou pelo estudo das leis. Aos 30 anos estudou arte em Munique. Embora natural, reservado e minucioso, revelou-se um grande organizador. Em 1911 fundou o grupo do Cavaleiro Azul com pintores de vanguarda. Após a eclosão da I Guerra Mundial, regressou 'a Rússia a fim de tentar organizar s vida artística em novos moldes, mas nada conseguiu e voltou 'a Alemanha, onde se tornou um inspirado mestre da Escola Bauhaus. Quando os nazis encerraram a Bauhaus, mudou-se para a França e ali continuou a desenvolver o seu estilo de pintura abstrata altamente pessoal e escritos teóricos onde formulava um pensamento conceptual sofisticado. A ligação entre arte e música constituíram a sua primeira preocupação, pois possuía um ouvido invulgarmente sensível aos sons e era literalmente capaz de “ouvir” cores – u

Nadir Afonso, um urbano abstracionista

  “ A  arte é uma atitude positiva perante a vida”                               A cidade dos príncipes, 1999 Nadir Afonso Rodrigues nasceu em Chaves a 4 de Dezembro de 1920 e faleceu em Cascais em 11 de Dezembro de 2013. É um dos expoentes da arte portuguesa do século XX. Diplomou-se em Arquitectura na Escola Superior de Belas-Artes do Porto. Em 1946, estuda pintura na École des Beaux-Arts de Paris, e obtém por intermédio de Portinari uma bolsa de estudo do governo francês.                              A cidade incerta, 2007 Até 1948 e novamente em 1951 foi colaborador do arquitecto Le Corbusier; nomeadamente no projeto da cidade radiosa de Marselha, e serviu-se algum tempo do atelier de Fernand Léger.                                 Açores, ilha terceira De 1952 a 1954, trabalha no Brasil com o arquitecto Oscar Niemeyer. Nesse ano, regressa a Paris, retoma contacto com os artistas orientados na procura da arte cinética, desenvolvendo os estudos sobre pintura que denomina «Espacilli

Armanda Passos - Cor e Alegria

  O trabalho pictórico  de Armanda Passos é intenso e complexo e tem provocado reflexões e textos produzidos não só por críticos da especialidade, mas também por escritores de várias sensibilidades, artistas e até historiadores. Armanda Passos nasceu em 1944, no Passo da Régua, Portugal. Licenciou-se em Belas Artes no Instituto Superior de Belas Artes do Porto. Vive e trabalha no Porto em uma casa e oficina desenhada pelo arquitecto Álvaro Siza Vieira. Participou em várias exposições nacionais e internacionais e suas obras estão incorporadas em colecções de instituições públicas de prestígio como a Fundação Calouste Gulbenkian, a Fundação Oriente, a Fundação Serralves, a Fundação Champalimaud, o Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado, o Ministério da Cultura, o Ministério da Justiça (Palácio da Justiça, Porto; Palácio Ratton, Lisboa), o Museu da Faculdade de Belas Artes e o Edifício da Reitoria da U.Porto, e várias colecções privadas relevantes. Sobre sua obra, nad

Primavera, Botticelli, (1480-1485).

  Sandro Botticelli foi o pintor principal de Florença na segunda metade do século XV. O seu estilo requintado e feminino desligava-se das correntes dominantes da arte florentina, mas agradou aos intelectuais da Florença daqueles tempos turvos. Pouco se conhece dos inícios da sua vida. Temperamentalmente, parece ter sido muito emotivo e inclinado 'a preguiça e ao gracejo. O seu principal mecenas foi a dinastia Médici para a qual produziu retábulos, retratos, alegorias e estandartes. As suas obras primas foram as grande pinturas mitológicas, que fomentaram um tipo esecial de beleza divinamente inspirada, em combinação com complexas referencias literárias. Após a sua morte, a obra de Botticelli mergulhou na obscuridade, mas a sua reputação reavivou-se no século XIX quando artistas em busca de experiencias estéticas foram inspirados pelo seu retrato de uma existencia onírica e irreal.                     Primavera - c. 1480, 203 x 314 cm, Tempera sobre madeira, Galeria Uffizi,

Santa Rita Pintor, o primeiro futurista português.

  Formado pela  Academia Real de Belas-Artes , parte para Paris como bolseiro do Estado em Abril de 1910.  Monárquico   convicto, perde a bolsa dois anos mais tarde devido a um conflito com o  embaixador   republicano ,   João Chagas . Em Paris priva com  Mário de Sá-Carneiro   (que se inspirará nele para um personagem de  A confissão de Lúcio , 1914); contacta com círculos artísticos de vanguarda, nomeadamente com  Marinetti , assistindo às suas conferências na Galerie Berheim-Jeune. O impacto de Marinetti e do seu  manifesto futurista   é reforçado, em 1912, pela visita à exposição dos pintores futuristas italianos nessa mesma galeria, levando-o a aderir ao movimento. Nesse mesmo ano terá exposto, no  Salon de Indépendents  parisiense, o quadro  O Ruído num Quarto sem Móveis , cujo título, por si só, " dava o mote futurista dos seus interesses ". De personalidade paradoxal, Santa-Rita era, segundo Sá-Carneiro, " um tipo fantástico ", " ultramonárquico ",

Caravaggio, "Baco", 1595.

  CARAVAGGIO (1573-1610) Um dos poucos grandes artistas com registro criminal, Caravaggio era violento, grosseiro e esteve frequentemente detido na cadeia. Todavia, apesar de pouco recomendável foi autor de um dos estilos mais inovadores e influentes do século XVII. Michelangelo Merisi tomou o nome do lugar onde nasceu, Caravaggio, perto de Bérgamo, no norte da Itália. Aos 17 anos, já só no mundo, partiu com uma pequena herança para fazer carreira em Roma. Porém, o dinheiro depressa foi gasto, e ele viveu na miséria até se ligar ao pessoal do Cardeal Del Monte. Ali, graças aos seus prodigiosos talentos e 'a sua fogosa personalidade, praticou uma arte de dramático realismo e iluminação teatral, que era completamete nova – excitante para uns, mas profundamente ofensiva para outros. Em 1606, no auge dos seus exitos, assassinou um amigo no decurso de uma rixa por causa de uma insignificante aposta. Fugiu para Nápoles e morreu no exílio com apenas 37 anos. Detalhe: BACO (1595), Óleo s

Olímpia, E. Manet (1863).

Edouard Manet (1832-1883) nunca alcançou a sua ambição: ser oficialmente honrado como o verdadeiro sucessor moderno de mestres antigos. Originário de abastada família parisiense, nasceu para esse papel. Bem apessoado, forte, com experiência do mundo e talentoso , sempre se sentiu 'a vontade na sociedade. Estudou com Thomas Couture (1815-1879), um dos mais respeitados mestres parisienses, e procurou afincadamente conquistar uma reputação nos Salons oficiais parisienses. Ansiava pela aprovação das autoridades conservadoras da cultura e da política do seu tempo, mas a sua concepção moderna só lhes mereceu desagrado. Por fim, a tal ponto o consumiram as rejeições e críticas desfavoráveis que em 1871 sofreu um colapso nervoso. Mas, apesar de tudo, contava com grandes amizades entre os artistas e escritores de vanguarda, e sentia-se fascinado pela cidade moderna e pela vida comercial, de cujos benefícios gozava: frequência de cafés, modernos meios de viajar e artigos e serviços qu

Eduardo Viana, o "Cézanne" português...

  Eduardo Viana (1881 – 1967) expos em 1911 e depois disso sua pintura evoluiu de um naturalismo indistinto para uma consciência pictural de intensidades cromáticas. Nota-se em seus trabalhos um grande gosto sensual que envolve toda sua pintura, que liga os objetos pintados para depois dá-se a abstração inicial. Para além de suas experiências de então, (que a gente de Orfeu não deixaria de criticar ironicamente), perfilava-se uma qualidade profissional que lhe manteria uma permanente certeza plástica; impressionismo, fauvismo, cubismo, atravessaram essa certeza que Cézanne havia de justificar estruturalmente. Em 1910 , “ O Rapaz das Louças ” marca uma etapa, sintetizando pesquisas e certezas adquiridas, ao termo de uma primeira fase da obra de Viana. Com certos quadros do seu amigo Amadeu de Souza Cardoso (1887-1918) é a obra mais importante da pintura portuguesa desse período. Até 1925, o pintor seria, de certo modo, a vedeta da vida artística nacional, em exposições individuais

GUERNICA, Pablo Picasso, 1937.

  GUERNICA Pablo Picasso (M álaga, 1881 – Mougins, 1973) Museu Nacional Centro de Arte Rainha Sofia, Madrid. Retrato monocromático da tragédia da guerra, em tons de negro, cinza e branco, a partir dos relatos e das fotografias em jornais do bombardeamento de Guernica (1937) pelas forças nazis, durante a Guerra Civil de Espanha (1936-1939). Revela a agonia e a desumanidade dos momentos de horror vividos na cidade basca, como símbolo de todos os cenários de guerra.  Picasso recebeu um convite do Governo Republlicano de Espanha para expor no Pavilhão de Espanha da Feira Internacional de Paris (1937) e, em um mês, produziu a Guernica, nas suas próprias palavraa uma “alegoria atemporal contra a Guerra”, tendo a obra, por vontade do autor itinerado por 11 países, só tendo regressado a Espanha em 1981, depois de estabelecida a democracia. Símbolo do antimilitarismo, da luta pela liberdade do ser humano na conquista da paz, a Guernica demonstra a força da arte na defesa de causas.