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Nadir Afonso, um urbano abstracionista

 A arte é uma atitude positiva perante a vida”

                             A cidade dos príncipes, 1999

Nadir Afonso Rodrigues nasceu em Chaves a 4 de Dezembro de 1920 e faleceu em Cascais em 11 de Dezembro de 2013. É um dos expoentes da arte portuguesa do século XX.

Diplomou-se em Arquitectura na Escola Superior de Belas-Artes do Porto. Em 1946, estuda pintura na École des Beaux-Arts de Paris, e obtém por intermédio de Portinari uma bolsa de estudo do governo francês.

                            A cidade incerta, 2007

Até 1948 e novamente em 1951 foi colaborador do arquitecto Le Corbusier; nomeadamente no projeto da cidade radiosa de Marselha, e serviu-se algum tempo do atelier de Fernand Léger.

                               Açores, ilha terceira

De 1952 a 1954, trabalha no Brasil com o arquitecto Oscar Niemeyer. Nesse ano, regressa a Paris, retoma contacto com os artistas orientados na procura da arte cinética, desenvolvendo os estudos sobre pintura que denomina «Espacillimité».

Na vanguarda da arte mundial expõe em 1958 no  Salon des Réalités Nouvelles «Espacillimités».

                                                     Composição Geométrica, 1947

Em 1965, Nadir Afonso abandona definitivamente a arquitectura; consciente da sua inadaptação social, refugia-se pouco a pouco num grande isolamento e acentua o rumo da sua vida exclusivamente dedicada à criação da sua obra.

                                                           Labirinto, 1968

Realizou mais de uma centena de exposições individuais entre 1949 e 2012 e inúmeras exposições coletivas, articulando teoria e prática e fazendo “falar a pintura”. 

                              Procissão em Veneza

“Évora Surrealista”, “Osíris”, “Copacabana”, “Nova Iorque” e “Procissão em Veneza”, são algumas de suas mais destacadas obras.

                                                          Madrasa, 2000

Nadir Afonso é autor também de uma teoria estética, que publicou em vários livros , onde defende que a arte é puramente objetiva e regida por leis de natureza matemática, que não a tratam como um ato de imaginação, mas de observação, percepção e manipulação da forma.

                                Gondolas

Em suas últimas entrevistas, não cansou de afirmar: A essência da obra de arte está na lei matemática.”  

                                                                New York, 2003



                                                                 Chicago, 2007

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O pensamento e a obra

Londrina


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