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A mostrar mensagens de março, 2021

Mondrian e o neoplasticismo

  Piet Mondrian – Amersfoort, 1872 – New York, 1944. O nome de Piet Mondrian está ligado ao grupo Neo-Plasticista holandês associado à revista De Stijl. A sua concepção de que a arte deve ser representada através da linha reta e das cores puras como símbolo da expressão da ordem cósmica fez dele um dos grandes defensores da abstração e um dos artistas mais admirados e influentes do século XX.                                                              1921                                                                             Formou-se como professor de desenho de ensino obrigatório e em 1892 entrou na Rijksakademie van Beeldende Kunsten em Amesterdão, onde começou a associar-se aos grupos artísticos da época. As suas primeiras obras foram paisagens serenas pintadas em cinzentos delicados, malvas e verdes escuros, e em 1908, sob a influência do pintor Jan Toorop, começou a experimentar cores mais brilhantes. Em 1912 mudou-se para Paris, onde conheceu Fernand Léger e Georges

O Impacto da Arte Africana no século XX

  A influência da arte africana é evidente, sobretudo, na arte de Picasso, dos jovens cubistas e dos escultores do começo do século XX. As distorções propositadas das figuras repintadas em "Les Demoiselles d’Avignon" , de Picasso, (1907, MOMA, New York ) são disso um exemplo claro, tal como é a sua " Bailarina",   de 1907 (coleção de Walter P. Crysler Jr.), com as suas superfícies riscadas e castigadas com escoriações e incisões na tinta.                                                 "Les Demoiselles d’Avignon" , de Picasso De forma mais duradoura, a influência da arte africana libertou a sua atitude em relação à criação de imagens. “Uma cabeça é uma matéria de olhos, nariz, boca” , - dizia Picasso a Leo Stein -, “que podem ser distribuídos como se desejar – a cabeça continua a ser cabeça.” Picasso foi para além do romantismo do “nobre selvagem” que tinha toldado a maior parte do pensamento anterior sobre as culturas primitivas e encarou objetivamente a

Van Gogh: Um coração em tudo

  O azul do céu mais intenso, mais brilhante, mais claro que Van Gogh alguma vez pintou, será por ventura o que se encontra no plano de fundo de “Amendoeira em flor”, que foi pensado como presente para seu afilhado e sobrinho que havia nascido no fim de janeiro de 1890 e recebera o nome de Vincent. Só as flores de branco luminoso rompem dos ramos ainda hirtos de inverno e anunciam, como mensageiras de Primavera, o romper de nova vida.                                                        Amendoeira em Flor, Van Gogh, 1890. Vincent investiu no quadro uma paciência e autodomínio, como em geral não era seu hábito. Talvez tivesse refreado tanto que adoeceu, neste seu último quadro de Saint-Rémy. Em Janeiro e Fevereiro de 1890, além do nascimento do sobrinho-afilhado ainda se passaram outras coisas excitantes: pela primeira vez, apareceu sobre ele um minucioso artigo numa revista de arte. Em Paris, foi aberta a Exposição do Grupo de Bruxelas, “Les XX” e ele estava nela representado com alg

"Vista da Praia de Scheveningen com Tempestade", Van Gogh 1882

  No primeiro dia de 1882, Van Gogh parte para Haia e ocupa um atelier financiado p or seu irm ão, Theo. Sob instru ção de seu primo Anton Mauve, então pintor em Haia, resultam  os primeiros quadros a óleo. É pois fortemente influenciado pela Escola de Haia, muito presa 'a tradição, tentava sobretudo reviver na pintura paisagística  a “É poca de Ouro” da pintura barroca holandesa. Adriaen van de Velde foi o especialista  barroco em pintar marinhas e a sua combinação de paisagem e figura, movendo-se nas margens, era ainda norma para Van Gogh. “ Quando fizer paisagens, estar á sempre nelas algo figurativo”, escreveu ele pragmaticamente; a tradi ção artística  vai, pois, aqui de encontro ao seu próprio conceito pictural. O quadro contém, todavia, disposição para autonomia de forma e cor: por exemplo, nos empastamentos, na acentuação das camadas paralelas e na variação das matizes de castanho, nota-se já uma tendencia fundamental para a abstração. A separação, aqui iniciada, ent

“A Liberdade guia o povo”, Delacroix, 1830.

  Museu do Louvre, Paris. As mulheres tiveram importante papel na luta das ruas durante a revolução de 1830. A figura central, de peitos nus, com uma espingarda provida de baioneta numa das mãos e a bandeira tricolor na outra, é a representação simbólica da liberdade. Ela usa uma boina frígia, que era um símbolo de liberdade durante a Revolução Francesa. Este quadro, muito controverso, comemora a subleva ção de Julho de 1830 em Paris, durante a qual os parisienses ocuparam as ruas em revolta contra o regime insaciável e tiránico de Carlos X. A bandeira republicana, tricolor, suplanta a monárquica e foi um símbolo de união revolucionária. Delacroix sabia que ela suscitaria na memória do público as glórias do império napoleónico, que fora o mundo da sua juventude. #arteweek

Palácio Nacional da Ajuda – Lisboa

Salão onde foi recebido D. João VI ao retornar do Brasil (1821) O Real Paço de Nossa Senhora da Ajuda foi mandado erguer por D. José I (1714-1777) no alto da colina da Ajuda. Este edifício, construído em madeira para melhor resistir a abalos sísmicos, ficou conhecido por Paço de Madeira ou Real Barraca. Substituía o sumptuoso Paço da Ribeira que fora destruído no terramoto que arrasou Lisboa em Novembro de 1755. Construção do Real Paço da Ajuda A urgência da construção de um novo Palácio e o facto da Família Real ter sobrevivido ao cataclismo por se encontrar na zona de baixa sismicidade de Belém/Ajuda, justificou a escolha do local. O novo Paço, habitável desde 1761, veio a ser a residência da Corte durante cerca de três décadas. Em 1794, no reinado de D. Maria I (1734-1816), um incêndio destruiu por completo esta habitação real e grande parte do seu valioso recheio. Coube a Manuel Caetano de Sousa, Arquitecto das Obras Públicas, a tarefa de