Avançar para o conteúdo principal

Tamara de Lempicka (1888-1980), a pintora baronesa

 

Transgressora, aristocrata, poliglota, cosmopolita, rica, bissexual, glamorosa mulher de beleza tão estranha e enigmática como a sua pintura, Tamara de Lempicka era a deusa sensual indiscutível da “art deco”. Pintora de suprema elegância e génio singular, ela foi para a arte do seu tempo o que Greta Garbo foi para o cinema.

                                Em meados do verão...

Moda, joalharia, acessórios, música e a relação de Lempicka com os grandes mestres do passado - Raphael, Botticelli, Michelangelo e Vermeer - e as Amazonas - como as lésbicas eram chamadas naqueles tempos vertiginosos - são alguns dos elementos das suas obras.


                                    Autorretrato em um Bugatti verde

A sua popularidade rapidamente se traduziu em sucesso financeiro. A estética desenvolvida por Lempicka apelou aos gostos da burguesia rica. Concentrou-se principalmente em retratos e naturezas mortas, mas acima de tudo em nus pintados.

                                            Mulher de azul

Os retratos de nus foram concebidos para decorar os salões da rica burguesia. Mulheres aristocráticas e as esposas de industriais ricos encomendaram os seus retratos em grande número, na maioria das vezes em tamanho real.O número destas encomendas resultou numa produção maciça quse maciça.

 

                                                Rapariga com luvas
                                            
Após a sua morte, seu nome caiu num relativo esquecimento até que o dono de uma galeria francesa, Alain Blondel, a resgatou nos anos 70 como um ícone de sofisticação. Com poucas obras em museus e muitas nos salões de Madonna, Barbra Streisand ou Jack Nicholson, os seus quadros vão a leilão e alcançam preços exorbitantes.

                                                    A modelo

                                Roupa interior rosa




Mensagens populares deste blogue

Caspar Friedrich e o romantismo alemão

Caspar David Friedrich, 1774-1840 Em 1817 o poeta sueco Per Daniel Atterbon visitou o pintor alemão Caspar David Friedrich, em Dresden. Passados trinta anos, escreveu as suas impressões sobre o artista. “Com uma lentidão meticulosa, aquela estranha figura colocava as suas pinceladas uma a uma sobre a tela, como se fosse um místico com seu pincel”.                                                  O viajante sobre o mar de névoa, 1818. As figuras místicas e os génios brilhantes foram os heróis do Romantismo. Jovens com expressões de entusiasmo ou com os olhos sonhadores, artistas que morriam ainda jovens na consciência melancólica do seu isolamento social povoavam as galerias de retratos por volta de 1800.                                                            A Cruz na montanha, 1807. Friedrich afirmava frequentemente que um pintor que não tivesse um mundo interior não deveria pintar. Do mundo exterior vê-se apenas um pequeno extrato, todo o resto é fruto da imaginação do artista,

Fernando Botero, estilo e técnicas.

  As criações artísticas de Botero estão impregnadas de uma interpretação “sui generis” e irreverente do estilo figurativo, conhecido por alguns como "boterismo", que impregna as obras iconográficas com uma identidade inconfundível, reconhecida não só por críticos especializados mas também pelo público em geral, incluindo crianças e adultos, constituindo uma das principais manifestações da arte contemporânea a nível global. A interpretação original dada pelo artista a um espectro variado de temas é caracterizada desde o plástico por uma volumetria exaltada que impregna as criações com um carácter tridimensional, bem como força, exuberância e sensualidade, juntamente com uma concepção anatómica particular, uma estética que cronologicamente poderia ser enquadrada nos anos 40 no Ocidente. Seus temas podem ser actuais ou passados , locais mas com uma vocação universal (mitologia grega e romana; amor, costumes, vida quotidiana, natureza, paisagens, morte, violência, mulheres, se

José Malhoa (1855-1933), alma portuguesa.

Considerado por muitos como o mais português dos pintores, Mestre Malhoa retrata nos seus quadros o país rural e real, costumes e tradições das gentes simples do povo, tal qual ele as via e sentia. Registou, nas suas telas, valores etnográficos da realidade portuguesa de meados do séc. XIX e princípios do séc. XX, valendo-lhe o epíteto de ‘historiador da vida rústica de Portugal’. Nascido a 28 de Abril de 1855, nas Caldas da Rainha, José Victal Branco Malhoa é oriundo de uma família de agricultores. Cedo evidenciou qualidades artísticas. Gaiato, traquina, brincalhão, passava os dias a rabiscar as paredes da travessa onde vivia. Aos doze anos, o irmão inscreve-o na Academia Real de Belas-Artes. No fim do primeiro ano, a informação do professor de ornato e figura indicava “pouca aplicação, pouco aproveitamento e comportamento péssimo”. Porém, ele depressa revela aptidões que lhe dariam melhores classificações. Passava as tardes a desenhar os arredores de Lisboa, sobretudo a Tapada