Avançar para o conteúdo principal

Keane: Olhos grandes (Big Eyes).

 

Margaret D. H. Keane , (15 de setembro de 1927) é uma artista norte-americana, que pinta principalmente mulheres, crianças e animais com olhos grandes em óleo ou aguarelas.



Foi registada  e batizada como Peggy Doris Hawkins em Nashville, Tennessee. Quando tinha dois anos, seu tímpano foi permanentemente danificado durante uma operação na mastóide. Incapaz de ouvir direito, ela aprendeu a observar os olhos da pessoa que falavam com ela para entendê-las.




Seu trabalho alcançou sucesso comercial por meio de reproduções baratas em gravuras, pratos e xícaras. Foi aclamado pela crítica, mas também criticado como estereotipado e clichê. 




Suas criações foram  originalmente atribuídas ao seu marido, Walter Keane. Após seu divórcio na década de 1960, Margaret logo reivindicou o crédito, que foi estabelecido por um tribunal.



Palavras da artista em artigo próprio:


“Minha estrada para a popularidade no mundo da arte foi pedregosa. Houve dois casamentos desastrosos e muita angústia mental pelo caminho. Controvérsias em torno de minha vida particular e da autoria de meus quadros resultaram em histórias com despachos internacionais, processos legais, fotos e até manchetes de primeira página. Por muitos anos, tinha permitido que meu segundo marido levasse o crédito pelos meus quadros. Mas, certo dia, incapaz de continuar com essa tapeação, abandonei a ele e ao meu lar na Califórnia, e mudei-me para o Havaí. Depois dum período de depressão, em que pintei muito pouco, comecei a tentar reconstruir minha vida e, mais tarde, casei-me de novo.



… Momento decisivo ocorreu em 1970, quando um repórter de jornal fez arranjos para uma “competição de pintura” pela televisão entre eu e meu ex-marido, a ser realizada na Praça da União em São Francisco, a fim de determinar a autoria dos quadros. Fui a única a comparecer e aceitar o desafio. A revista Life cobriu este evento num artigo que corrigia anterior história errônea que atribuía os quadros a meu ex-marido.

Minha parte nessa tapeação durara doze anos, e é algo que sempre lastimarei. No entanto, ensinou-me o valor de ser verdadeira e que nem a fama, o amor, o dinheiro, nem qualquer outra coisa vale a pena o peso da má consciência.”



Um ressurgimento do interesse no trabalho de Margaret Keane seguiu com o lançamento do filme de Tim Burton,  de 2014 “Olhos grandes” (Big Eyes”).



As pinturas dos olhos grandes de Keane influenciaram desenhos de brinquedos, as bonecas Little Miss No Name e Susie Sad Eyes e o desenho animado “As Meninas Super Poderosas”, do  animador Craig McCracken, apresentando protagonistas baseados nas "crianças abandonadas" de Keane e uma personagem (especificamente a professora ) chamada Sra. Keane.






Aqui deixo um link do filme completo dublado em portugues:




Fonte: Enciclopédia :ao.wikiqube.net







Mensagens populares deste blogue

Caspar Friedrich e o romantismo alemão

Caspar David Friedrich, 1774-1840 Em 1817 o poeta sueco Per Daniel Atterbon visitou o pintor alemão Caspar David Friedrich, em Dresden. Passados trinta anos, escreveu as suas impressões sobre o artista. “Com uma lentidão meticulosa, aquela estranha figura colocava as suas pinceladas uma a uma sobre a tela, como se fosse um místico com seu pincel”.                                                  O viajante sobre o mar de névoa, 1818. As figuras místicas e os génios brilhantes foram os heróis do Romantismo. Jovens com expressões de entusiasmo ou com os olhos sonhadores, artistas que morriam ainda jovens na consciência melancólica do seu isolamento social povoavam as galerias de retratos por volta de 1800.                                                            A Cruz na montanha, 1807. Friedrich afirmava frequentemente que um pintor que não tivesse um mundo interior não deveria pintar. Do mundo exterior vê-se apenas um pequeno extrato, todo o resto é fruto da imaginação do artista,

Fernando Botero, estilo e técnicas.

  As criações artísticas de Botero estão impregnadas de uma interpretação “sui generis” e irreverente do estilo figurativo, conhecido por alguns como "boterismo", que impregna as obras iconográficas com uma identidade inconfundível, reconhecida não só por críticos especializados mas também pelo público em geral, incluindo crianças e adultos, constituindo uma das principais manifestações da arte contemporânea a nível global. A interpretação original dada pelo artista a um espectro variado de temas é caracterizada desde o plástico por uma volumetria exaltada que impregna as criações com um carácter tridimensional, bem como força, exuberância e sensualidade, juntamente com uma concepção anatómica particular, uma estética que cronologicamente poderia ser enquadrada nos anos 40 no Ocidente. Seus temas podem ser actuais ou passados , locais mas com uma vocação universal (mitologia grega e romana; amor, costumes, vida quotidiana, natureza, paisagens, morte, violência, mulheres, se

José Malhoa (1855-1933), alma portuguesa.

Considerado por muitos como o mais português dos pintores, Mestre Malhoa retrata nos seus quadros o país rural e real, costumes e tradições das gentes simples do povo, tal qual ele as via e sentia. Registou, nas suas telas, valores etnográficos da realidade portuguesa de meados do séc. XIX e princípios do séc. XX, valendo-lhe o epíteto de ‘historiador da vida rústica de Portugal’. Nascido a 28 de Abril de 1855, nas Caldas da Rainha, José Victal Branco Malhoa é oriundo de uma família de agricultores. Cedo evidenciou qualidades artísticas. Gaiato, traquina, brincalhão, passava os dias a rabiscar as paredes da travessa onde vivia. Aos doze anos, o irmão inscreve-o na Academia Real de Belas-Artes. No fim do primeiro ano, a informação do professor de ornato e figura indicava “pouca aplicação, pouco aproveitamento e comportamento péssimo”. Porém, ele depressa revela aptidões que lhe dariam melhores classificações. Passava as tardes a desenhar os arredores de Lisboa, sobretudo a Tapada