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A época de ouro da Iluminura

 

Os termos “iluminar” e “iluminura” derivam do ato de sublinhar ou escrever as letras iniciais dos manuscritos com o mínio, ou seja, com cor vermelha. 

Até o século XIII a arte da iluminura foi exclusivamente praticada nos mosteiros, onde alguns monges especializados trabalhavam na transcrição e decoração dos manuscritos, também a pedido de privados.

O primeiro passo na realização de uma iluminura era a douradura: a folha de ouro, muito fina era aplicada na página antes das cores. 

Durante o período gótico, a iluminura teve um extraordinário desenvolvimento, devido ao aumento de produção de livros ilustrados, desejados objetos de luxo.


                                            

Sempre muito requisitados eram os escritos sagrados, como a Bíblia, os Evangelhos, mas também os Saltérios (antologias de Salmos), e os Livros de Horas que, destinados aos laicos, reuniam os atos religiosos e as rezas a recitar ao longo do dia e eram frequentemente decorados com temas profanos, tais como os trabalhos agrícolas ou as atividades cotidianas.

Também começou a suscitar grande interesse a produção literária contemporánea, a qual encontrava expressão nos romances cavalheirescos, nas antologias poéticas, nas canções e nas crónicas, textos que eram transcritos e ilustrados com cada vez maior precisão e elegancia.

                                        Breviário de uma Condessa de Aragón - Século XIV 

A realização de iluminuras deslocou-se paulatinamente, dos escritórios dos conventos, dos quais fora, até então, privilégio exclusivo, para as universidades e para as cortes: não era raro que estas últimas tivessem a seu serviço um ou mais iluminadores.

No âmbito do estilo gótico, a técnica da iluminura realizou obras primas magníficas por todo lado, mas o centro mais famoso foi, inquestionavelmente, Paris onde foram produzidos, no princípio do' século XIII, o Salterio de Luis IX” e a Bíblia Moralisé da Biblioteca Nacional de Paris.

                                                Saltério de Luis IX

                                                Biblia Moralisée

Até a metade do quarto decénio do século XIV, desenvolve-se a atividade de Jean Pucelle, cujos códices iluminados foram muito apreciados – e mesmo disputados – pelos contemporâneo deles. Salienta-se o Livro de Horas de Jeanne d'Evreux, produzido entre 1325 e 1328 para Carlos IV de França, que se distingue pelos fantasiosos entrelaçamentos nos bordos das páginas e pelo sentido de espaço concreto das cenas figuradas (o que nos leva a colocar a hipótese de o artista haver viajado até Itália).

                               Livro de Horas de Jeanne d'Evreux

Igualmente notáveis foram a escola de iluminura alemã caracterizada por um grafismo mais rígido e por austeras observações realísticas, e a escola da Bohemia, à qual se deve, por exemplo, a Bíblia de Velislav.


                                Biblia Moralisée

                                                             Biblia Moralisée



Fonte: A grande história da arte - Vol. Arte gótica - Grupo Escala, Florença
Imagens: Google - domínio público.


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