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O Neo-Impressionismo e a Ciencia.

 

Neo-Impressionismo, Pontilhismo, Divisionismo são hoje termos aplicados a um movimento de arte de vanguarda que floresceu principalmente em França entre 1886 e 1906. Liderados pelo exemplo de Georges Seurat, artistas do círculo Neo-Impressionista renunciaram à espontaneidade aleatória do Impressionismo em favor de uma técnica de pintura medida , fundamentada na ciência e no estudo da óptica.

Entre as obras mais conhecidas de Signac está “The Pine Tree at St. Tropez”,  onde o artista passava todos os verões.

Incentivados pela escrita contemporânea sobre a teoria da cor - os tratados de Charles Henry, Eugène Chevreul, e Odgen Rood, por exemplo - os neo-impressionistas passaram a acreditar que toques separados de pigmentos entrelaçados resultavam numa maior vibração de cor no olho do observador do que era conseguido pela mistura convencional de pigmentos na paleta.

Nas palavras do artista Paul Signac, o maior propagandista do Neo-Impressionismo, "os elementos separados serão reconstituídos em luzes brilhantes e coloridas". A separação da cor através de traços individuais de pigmento veio a ser conhecida como Divisionismo, enquanto que a aplicação de pontos precisos de tinta, Pontilhismo.

"O Circo", Seurat, 1890-1891

O crítico de arte Félix Fénéon foi quem primeiro utilizou o termo Neo-Impressionismo para descrever as pinturas de Georges Seurat, Paul Signac, Camille Pissarro, e do seu filho Lucien Pissarro, na oitava e última exposição impressionista em Paris, em 1886.


Uma das suas maiores obras de Georges Seurat “A Sunday Afternoon on the Island of La Grande Jatte” (1884-1886), uma composição que retrata os parisienses do século XIX a relaxar no rio Sena, é um dos principais exemplos dessa técnica.


Em "Banhistas em Asnières" (1884), também de Seurat, temos uma cena ribeirinha, onde banhistas estão mergulhados em luz. Na pintura “.Tarde de Domingo...” nota-se a sombra. Ambas as obras foram pintadas em grandes telas com pontos de tinta a óleo, numa gama de tonalidades de Verão.


"Jovens provençais no poço", Signac, 1982 

Paul Signac estudou a ciência da arte do ponto com Seurat. Desde 1886, o artista francês trabalhou neste estilo, que manteve durante toda a sua carreira. Inclusive, continuou a produzir uma grande colecção de arte pontilhística, mesmo depois da morte de Seurat aos 31 anos de idade, em 1891.



Vincent van Gogh, que conheceu Seurat e Signac quando de sua estadia em Paris (de 1886 a 1888), teve uma breve associação com o Pontilhismo. Certamente alguns dos seus quadros desse período parisiense - como o Autorretrato de 1887 - mostram pistas dessa influência. (Após uma visita ao estúdio da Seurat, um dia, afirmou ter vivido uma "revelação de cor"). No entanto, é geralmente aceito que van Gogh era um espírito demasiado irrequieto para um estilo tão técnico.


“Luxe, Calme et Volupté", Matisse,1984

Em 1890, o Pontilhismo tinha atingido seu auge, com muitos artistas da época a adoptar a técnica.

Assim, com suas estridentes combinações de cores, o Pontilhismo exerceu uma clara influência no Fauvismo. “Luxe, Calme et Volupté, de Matisse, agora no Musée d'Orsay é frequentemente citado como um importante trabalho de transição entre os esses dois movimentos artísticos.

"Retrato de Felix Feneon", Paul Signac, 1890


Referencias utilizadas:

Amory, Dita. “Georges Seurat (1859–1891) and Neo-Impressionism.” In Heilbrunn Timeline of Art History. New York: The Metropolitan Museum of Art, 2000–

The Neo Impressionists. Greenwich, Conn.: New York Graphic Society, 1970

"Torre Eiffel", G. Seurat, 1889




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