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"O Cesto de Maçãs", Paul Cézanne, 1893.

 


Cézanne nunca visou o ilusionismo, e as suas composições de naturezas mortas podem ser antropomórficas, expressivas de tensão psicológica, de formas nunca sonhadas pelos seus antecessores barrocos.

O Cesto de Maçãs exemplifica este efeito. A inclinação teatral do cesto implica que as maçãs que se encontram sobre a mesa rolaram para fora dela; no entanto, a forma como se amontoam e se aninham no guardanapo amassado sugere que possuem mentes independentes.

A grande atenção de Cézanne a esta dinâmica dá à sua arte um elenco filosófico, mas os prazeres proporcionados pelos seus acordes de cor robustos, toque vivo, e instintos de composição seguros tornam-na sedutora.

A determinação de Cézanne em reconhecer a natureza provisória da percepção deriva do Impressionismo, mas a sua ênfase na tensão entre a sensação óptica e a transformação estética distingue-o.

No seu trabalho maduro, encontrou beleza de um novo tipo no diálogo carregado entre contingência e contemplação, facilitando assim a ruptura mais radical com a representação realista efectuada pelos cubistas e outros modernistas no início do século XX.


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