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Joana Vasconcelos, arte contemporanea


Joana Vasconcelos é uma artista portuguesa, apesar de ter nascido em Paris em 1971 onde seus pais estavam exilados. Actualmente vive e trabalha em Lisboa, geralmente com escultura e instalação.

A artista, que expõe desde 1990, chamou a atenção do público para a sua escultura “A Noiva” na Bienal de Veneza de 2005, um candelabro , de cinco metros de altura feito a partir de 25.000 tampões (OB).

Influenciada pelo movimento “Nouveau Réalisme”, dos anos 60, os “readymades” de Marcel Duchamp, e as construções simbólicas e tácteis de Louise Bourgeois e Eva Hesse, Vasconcelos, Joana pega em objectos e materiais da vida quotidiana e coloca-os em novas e intrincadas montagens.

Interessada em ideias de feminilidade, nacionalidade e família, incorpora frequentemente na sua arte artesanato como o tricô e o croché, bem como artigos domésticos comuns portugueses como figuras de cerâmica.

Em “Piano Dentelle” (2008), uma das obras mais reconhecidas de Vasconcelos, um piano de cauda foi coberto com um lindo croché rendado que lembra flocos de neve.

Em 2012, foi a primeira mulher e a artista mais jovem a expor no Palácio de Versalhes, em Paris e, foi também a primeira artista portuguesa a expor no Guggenheim de Bilbao, em Espanha.

Muitas das suas obras são de natureza fortemente sócio-política, uma vez que procura envolver os visitantes a fim de gerar debate quando estes vêem as suas obras.

Expressa-se maioritariamente através da escultura e instalação, tendo por base a cor e a grande dimensão das suas criações, onde gosta de jogar com a dicotomia entre o tradicional e o moderno, aplicando o conceito de apropriação de objetos existentes, conjugando-os com a identidade nacional, mostrando o seu olhar crítico da sociedade. As mulheres são representadas em suas obras no seu papel na sociedade e em diferentes culturas.

Seu trabalho artístico é composto a partir de peças que usamos na vida quotidiana, mas que normalmente não são utilizadas no campo da arte: panelas, ferros, medicamentos, garrafas de vinho, talheres de plástico, azulejos, telefones, pneus de carro, etc. Utiliza também têxteis, especialmente croché. O seu objectivo é salvar, manter `a flote trabalhos artesanais que actualmente foram deixados em segundo plano.



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