Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque Melo, conhecido como Di Cavalcanti, foi um dos grandes incentivadores da realização da Semana de Arte Moderna de 1922. Durante o evento, o artista participou com trabalhos como Ao pé da Cruz, 1920 e Amigos (Boemios), 1921.
Entre 1922 e o final da década de 1920 e entre 1935 e 1940, di Cavalcanti viveu na Europa, onde esteve em contato com artistas de vanguarda. Na década de 1940, sua arte conquistou definitivamente seu espaço na história da pintua brasileira.
A presença de mulheres na obra do artista é recorrente, como o caso de Mulher de Vermelho, 1945 e Nascimento de Venus, 1940. Nesta última Di Cavalcanti retoma o tema do nascimento da deusa da beleza e do amor, que Botticelli, pintor do Renascimento, havia desenvolvido na tela do mesmo nome, em 1485.
Enquanto Botticelli pintou uma mulher com traços europeus, de pela clara e cabelos , saindo de uma concha elevada sobre o mar e cercada por outros seres mitológicos, Di Cavalcanti a retratou como uam mulher de pele morena, con traços afro-descendentes, sendo acolhida por outras mulheres negras.
A Venus de Di Cavalcanti não está isolada, ela é uma mulher entre outras.
Di Cavalcanti foi influenciado pela obra de pintores europeus, como Picasso, Gauguin, Matisse e Braque, mas transformou essas influencias em uma produção autoral associada a temas brasileiros. Em Pescadores, 1951, por exemplo o artista utilizou formas geometrizadas, cores fortes e escuras, contrastando com cores claras, para criar uma cena típica de algumas regiões do Brasil.
O Nascimento de Venus de Botticelli, 1485