Foram as obras de
Eliseu D'Angelo Visconti (1866-1944) que
abriram o caminho da modernidade na arte brasileira. Ele já
não se preocupava em imitar os modelos clássicos, mas sim em
retratar em suas telas os efeitos da luz solar nos objetos e nos
indivíduos.
Visconti nasceu na Itália
e chegou ao Brasil com menos de um ano de idade. Em 1884
matriculou-se no Liceu de Artes e Ofícios e, no ano seguinte, na
Academia de Belas Artes.
Por seu trabalho
artístico, recebeu como premio uma viagem a Europa, em 1892, e
frequentou a Escola de Belas Artes de Paris e o curso de arte
decorativa na Escola Guérin, ambas na França.
Em 1898, ainda na Europa, elaborou a tela Gioventú (Juventude) com a qual participou da Exposição Internacional de Paris em 1900.
Durante o período em que permaneceu na França, Eliseu Visconti entrou em contato com a obra dos Impressionistas. Pela influencia que recebeu dos artistas desse movimento, é considerado um precursor e o principal representante do impressionismo brasileiro.
De volta ao Brasil, Visconti expôs no Rio de Janeiro e em São Paulo, e obteve o primeiro lugar num concurso para o sorteio de selos postais para a Casa da Moeda Brasileira.
Os esquemas decorativos
executados para a Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro datam de
1904, tal como a medalha de ouro que recebeu na Exposição
Internacional de Saint-Louis (Louisiana Purchase Exposition), pela
pintura Recompensa de São Sebastião.
Viajou novamente para a Europa, onde expôs no Salão de Paris de 1905 o retrato do artista Nicolina Vaz de Assis, agora no Museu Nacional de Belas Artes. Neste mesmo ano, foi convidado a pintar a cortina do palco do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, que completou no seu atelier em Paris.
Em 1913, Visconti
regressou à Europa para pintar painéis em grande escala para o
"foyer" do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Os seus
planos de regresso foram interrompidos pela Primeira Guerra Mundial e então, permaneceu em França até 1920. As pinturas executadas para o "foyer" foram enviadas para o Brasil durante a
guerra, em 1915.
Em 1922, o seu tríptico "Lar" ganhou Medalha de Honra numa grande exposição criada no Rio de Janeiro para comemorar o primeiro centenário da Independência do Brasil, a Exposição do Centenário.
No ano seguinte, Visconti pintou a decoração mural da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
Em 1924, pintou o painel com a assinatura da primeira Constituição Republicana, para a antiga corte federal, também no Rio de Janeiro.
A maioria de seus trabalhos é constituída de retratos, pinturas de paisagem e cenas do cotidiano, como Moça no Trigal (1916), Roupa estendida (1940) e Maternidade (1906).
Site Eliseu Visconti:
https://eliseuvisconti.com.br/