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Femmes de Tahití, Paul Gauguin, 1891.

Museo D'Orsay, Paris.



En 1891, Gauguin acude a Tahití, isla que imagina paradisíaca y primitiva. El artista desea "vivir aquí de éxtasis, de calma y de arte". Sus dificultades económicas, sus preocupaciones estéticas y esta muy baudeleriana "invitación al viaje" lo empujan hacia la lejanía para escapar a "esta lucha europea por el dinero", para ser "por fin libre".

Esta composición es típica de las obras pintadas a comienzos de su primera estancia en el Pacífico, cuadros que muestran a menudo a Tahitianas ocupadas en sencillas tareas cotidianas. Aquí, las pesadas siluetas hieráticas tienen cada una su propio espacio lo que permiten encadenar arabescos, en una armonía perfectamente orquestada. Los rostros dibujan una máscara o un perfil bastante indiferenciados, pero con algo de melancolía.


Gauguin maneja su línea con una perfecta seguridad, la hace elegante o decorativa. Mediante la elección de poses un poco rígidas, ritma la composición según una misteriosa y armoniosa geometría, realizando de este modo lo que parece ser más una escena costumbrista que un verdadero doble. Una leve animación se crea a su vez mediante el discreto bodegón, casi monocromo del primer plano, y por las olas que se rompen en la laguna del fondo, solamente sugeridas por algunos realces de blanco
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Update on June, 7, 2020


Eugène-Henri-Paul Gaugin nasceu em Paris, a 7 de Junho de 1848 e morreu a 8 de Maio de 1903, nas Ilhas Marquesas.

Apesar de ter nascido em Paris, viveu até aos sete anos em Lima, no Peru, para onde os seus pais,um jornalista francês e uma escritora peruana, se mudaram após a chegada de Napoleão III ao poder. O seu pai pretendia trabalhar num jornal da capital peruana. Porém, durante a terrível viagem de navio, teve complicações de saúde e faleceu. Assim, o futuro pintor desembarcou em Lima apenas com a sua mãe e com a sua irmã.

Quando voltou para o seu país natal, em 1855, Gauguin estudou em Orléans e, aos 17 anos, ingressou na marinha mercante e correu o mundo. Trabalhou numa corretora de valores parisiense e, em 1873, casou-se com a dinamarquesa Mette Sophie Gad, com quem teve cinco filhos.

Aos 25 anos, após a quebra da Bolsa de Paris, tomou a decisão mais importante de sua vida: dedicar-se totalmente à pintura. Começou, assim, uma vida de viagens e boémia, que resultou numa produção artística singular e determinante das vanguardas do século XX. Ao contrário de muitos pintores, não se incorporou no movimento impressionista da época. Expôs pela primeira vez em 1876. Mas não seria uma vida fácil, tendo atravessado dificuldades económicas, problemas conjugais, privações e algumas doenças.

A sua obra, longe de poder ser enquadrada em qualquer movimento, foi tão singular como as de Van Gogh ou Paul Cézanne. Apesar disso, teve seguidores e pode ser considerado o fundador do grupo Les Nabis, que, mais do que um conceito artístico, representava uma forma de pensar a pintura como filosofia de vida.

A suas primeiras obras tentavam captar a simplicidade da vida no campo, algo que ele consegue com a aplicação arbitrária das cores, em oposição a qualquer naturalismo, como demonstra o seu famoso Cristo Amarelo. As cores estendem-se planas e puras sobre a superfície, quase decorativamente.

O pintor parte para o Taiti em busca de novos temas e para se libertar dos condicionamentos da Europa. As suas telas surgem carregadas da iconografia exótica do lugar e não faltam cenas que mostram um erotismo natural, fruto, segundo conhecidos do pintor, da sua paixão pelas nativas. A cor adquire mais preponderância, sendo representada pelos vermelhos intensos, amarelos, verdes e violetas.

Viveu durante algum tempo em Pont-Aven, na Bretanha, onde a sua arte amadureceu. Posteriormente, morou no sul da França, onde conviveu com Vincent Van Gogh. Numa viagem à Martinica, em 1887, Gauguin passou a renegar o impressionismo e a empreender o "retorno ao princípio", ou seja, à arte primitiva.

Tinha ideia de voltar ao Taiti, porém não dispunha de recursos financeiros. Com o auxílio de alguns amigos, também artistas, organizou um grande leilão das suas obras. Colocou à venda, cerca de 40 peças. A maioria foi comprada pelos próprios amigos de Gauguin, como por exemplo Theo van Gogh, irmão de Vincent van Gogh, que trabalhava para a Casa Goupil, uma firma que comercializava obras de arte.

Tendo conseguindo arrecadar 7 350 francos franceses, em meados de 1891, depois de se despedir da esposa e da família em Copenhaga, regressou ao Taiti, onde pintou cerca de uma centena de quadros sobre tipos indígenas, como "Vahiné no te tiare" ("A moça com a flor") e "Mulheres de Taiti", além de executar inúmeras esculturas e escrever um livro, Noa noa.

Quando voltou a Paris, realizou uma exposição individual na galeria de Durand-Ruel e voltou ao Taiti, mas fixou-se definitivamente na ilha Dominique. Nessa fase, criou algumas de suas obras mais importantes, como "De onde viemos? O que somos? Para onde vamos?", uma tela enorme que sintetiza toda a sua pintura, realizada antes de uma frustrada tentativa de suicídio utilizando arsénio.

Em Setembro de 1901, mudou-se para a ilha Hiva Oa, uma das Ilhas Marquesas, onde veio a falecer de sífilis. Encontra-se sepultado no cemitério de Atuona, no Arquipélago das Marquesas, na Polinésia Francesa.


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